O Bairro Centro de Juiz de Fora têm como sua mais famosa referência o Calçadão da Rua Halfeld.
Coração da cidade, a Rua Halfeld era inicialmente conhecida como rua da Califórnia antes da cidade ser elevada a vila. A principal rua de Juiz de Fora quase nada representava. Aberta em 1853, era apenas um trecho de caminho, com muito mato e até um pequeno córrego.
O nome da rua é em homenagem ao engenheiro alemão Henrique Guilherme Fernando Halfeld, um dos fundadores de Juiz de Fora.
Na década de 1930 a 40, os antigos edifícios, principalmente no trecho entre a Av. Rio Branco e a Rua Batista de Oliveira começaram a ser demolidos para a construção de grandes prédios comerciais e residenciais.
Em 15 de novembro de 1975 foi inaugurada a principal alteração na Rua Halfeld: O Calçadão, que transformou a parte central da rua em área exclusiva para pedestres.
A última intervenção realizada no calçadão da Rua Halfeld foi a troca, em 2008, das luminárias por modelos de desenho de época e a remoção das jardineiras.
É também entre o Calçadão da Rua Halfeld e a Rua São João que está localizado um dos principais pontos culturais da cidade o Cine-Theatro Central, antigo barracão de ferro e telhas de zinco do Polytheama um precário teatro da cidade. Coube à companhia construtora de Pantaleone Arcuri, que já começara a mudar a face arquitetônica de Juiz de Fora, fazer o projeto do novo teatro.
Assim teve início a construção do Central, empreitada que tomaria um ano e quatro meses de obras. Não seria o edifício mais alto de Juiz de Fora, nem sua primeira construção em concreto armado, mas sem dúvida um empreendimento ousado, em que se destacava o amplo vão sem pilastras da plateia, sustentado por uma estrutura metálica vinda da Inglaterra, que atemorizou os menos informados sobre esta solução arquitetônica arrojada – um “triunfo da técnica”, como viria a ser saudada.
O edifício de linhas sóbrias e retas, ao estilo art déco, e fachada discreta, ganhou suntuosa ornamentação artística interna, assinada pelo pintor italiano Ângelo Bigi, radicado no Brasil. Bigi pressentiu que aquela seria a sua grande obra. Legou ao Central uma decoração de sabor de antiguidade clássica, com cenas de ninfas e faunos em jardins românticos e paradisíacos, uma Arcádia mitológica que exala paz, harmonia e felicidade. Ao centro, medalhões com as efígies de grandes mestres da música: Wagner, Verdi, Beethoven e o nosso Carlos Gomes.
Sucesso!