Projetada em 1925 em função de uma sociedade cooperativa habitacional, a Vila Operária, em Itajaí, colhe hoje os frutos de ter sido o primeiro bairro planejado do município. Aliada à localização privilegiada, próximo do Centro da cidade, sua vocação residencial contribuiu para a boa infraestrutura da localidade e para a vasta oferta de serviços públicos e privados nas redondezas — incluindo a sede da prefeitura.
Guia do Itajaí Bairro a Bairro desta semana, o comerciante Antônio Carlos Reinert acompanha de perto o desenvolvimento do lugar onde nasceu há 53 anos. Além da própria identificação com o bairro, ele traz raízes e memórias de toda a família. O pai dele, já falecido, abriu em 1957 um dos mercados mais antigos de Itajaí, o Mercado da Vila, até hoje em funcionamento e administrado por Neco. Com uma clientela tão antiga e fiel, não faltam histórias e lembranças do bairro, que para o comerciante, continua sendo acolhedor.
— O bairro cresceu, mas continua sendo uma região residencial. E tudo o que a população procura, encontra por aqui, sem precisar ir para outros lugares da cidade — destaca.
A Vila começou a ser idealizada em 1924 pelo empresário e político itajaiense José Eugênio Muller, que fundou a Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada Construtora Catarinense. O objetivo era criar vilas operárias, por meio da venda de lotes e a construção de casas populares.
No ano seguinte a empresa comprou, de ambos os lados da Rua Silva, um grande terreno para a fundação da Vila Operária. O bairro foi o primeiro a surgir na região Oeste da cidade, impulsionando a expansão urbana da localidade.
Igreja
Neco mora em frente à tradicional Igreja Nossa Senhora da Paz, um dos principais símbolos do bairro e que reforça o ambiente comunitário. Erguida na década de 1920, a primeira Igreja da Vila, como ficou conhecida, ficou de pé por 45 anos na praça do bairro.
Em 1971, se decidiu pela demolição e a construção deu lugar a outro templo maior, para receber melhor todos os fiéis. Quatro anos depois, a nova igreja foi concluída e inaugurada, com a presença do então Arcebispo Metropolitano Dom Afonso Niehues.
— Até hoje a praça é ponto de encontro de quem mora aqui — comenta Neco.
Por que meu bairro é o melhor lugar do mundo?
"Sou suspeito para falar porque normalmente a gente gosta do lugar onde nasceu. Moro no mesmo terreno desde que nasci e a Vila tem tudo o que eu preciso",
Antônio Carlos Reinert, o seu Neco
Curiosidade
Em maio de 1925, a diretoria da Sociedade Cooperativa se reuniu para debater sobre as denominações da Vila Operária e suas ruas. Após discutir várias ideias, foi decidida por unanimidade a escolha do nome Vila Operária Pereira Oliveira, em homenagem ao então governador Antônio Pereira da Silva e Oliveira.
Os operários também foram lembrados, com a principal praça do bairro, em frente à Igreja Nossa Senhora da Paz, recebendo o nome de 1º de Maio.
Já a principal rua da Vila hoje leva o nome justamente do seu idealizador, José Eugênio Muller, falecido em 1963.
Sucesso!