A história do bairro de Botafogo se confunde com a própria história da fundação da cidade do Rio de janeiro, em 1565. O Rio de Janeiro começou no Morro Cara de Cão, onde hoje está localizada a Fortaleza de São João. Quatro meses depois da fundação, Estácio de Sá resolveu demarcar os limites da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro e doou, como era costume na época, a seu amigo Francisco Velho, que também tinha ajudado na fundação da cidade, a região em frente ao Morro Cara de Cão, do outro lado da atual Enseada de Botafogo. A região doada era a atualmente compreendida pelo bairro de Botafogo.
Mas o bairro acabou sendo batizado em 1590, quando Antônio Francisco Velho vendeu suas terras para um amigo, João Pereira de Sousa, conhecido como "Botafogo", por ter sido chefe da artilharia do famoso Galeão português Botafogo.
Foi na primeira metade do século XIX que as ruas começaram a definir os contornos do bairro. A chegada a Família Real Portuguesa à cidade, em 1808, mudou a vida do Rio e, naturalmente, de Botafogo. De bairro rural, transformou-se no local preferido dos nobres e dos comerciantes ingleses, que construíam suas residências no local. Antes, Botafogo tinha apenas o Caminho do Berquó, hoje a Rua General Polidoro; o Caminho de Copacabana, atual Rua da Passagem; a Praia de botafogo; e a Rua São Clemente, que cortava o bairro. Pouco a pouco, outras ruas começaram a surgir. O lugar mais nobre continuava sendo a Rua São Clemente, onde moravam todos os barões do café. Na Rua Voluntários da Pátria, estabeleciam-se os pequenos nobres e comerciantes. Posteriormente, nos idos de 1846, um sistema de barcas a vapor fazia a ligação entre Botafogo e o Cais Pharoux (atual Praça XV de Novembro).
Na década de 1850, surgiram as ruas Dona Mariana, Sorocaba e Delfim, que, mais tarde, foi rebatizada de "Paulo Barreto" em homenagem ao verdadeiro nome do escritor João do Rio (João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto). Havia ainda a rua do "lá vai um": a Rua Wenceslau Brás, chamada assim porque ficava justamente entre o Hospício Pedro II, onde hoje funciona a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Asilo Santa Teresa. Inaugurado em 1852, o Cemitério São João Batista é um marco na história do Rio de Janeiro. Foi um dos primeiros cemitérios sem distinção de classes. Jazem, ali, inúmeras personalidades brasileiras, como Tom Jobim, Carmen Miranda, Roberto Marinho, Machado de Assis, Santos Dumont , Chacrinha, Clara Nunes, Cazuza, Heitor Villa- Lobos, Vínicius de Moraes, Glauber Rocha, Vicente Celestino, Ary Barroso, Sérgio Porto, Alziro Zarur, Carlos Lacerda, Nara Leão, Evaldo Braga, Luís Carlos Prestes, Ibrahim Sued, Lima Barreto, Euclides da Cunha, Paulo de Frontin, José de Alencar, Carlos Galhardo, Nelson Gonçalves, Dorival Caymmi, Anísio Silva, Alda Garrido, Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Ziembinski, Jardel Filho, Carlos Drummond de Andrade, Francisco Alves, Márcia de Windsor, Marília Pêra, Floriano Peixoto, Oscarito, Sérgio Cardoso, Lauro Corona, Cláudia Magno, Carlos Augusto Strazzer, Felipe Carone, Costinha, Blecaute, Yara Amaral, Wilma Dias, Carlos Imperial, Clementina de Jesus, Elke Maravilha, Zuzu Angel, entre muitas outras. Em fins de 1860, o estabelecimento de linhas de bonde facilitou o acesso ao bairro, permitindo a urbanização. A partir dessa época, as imponentes chácaras passaram a conviver com sobrados de classe média e com cortiços populares. A Igreja da Imaculada Conceição do Sagrado Coração de Jesus, na Praia de Botafogo, foi erguida em 1892 com suas torres em estilo gótico, por sinal muito bem detalhado e moldado na época.
Sucesso!